Essa semana, realmente começou as aulas na UESB( pelo menos para minha pessoa), e justamente na primeira aula o Prof. Dr. Marcos Aurélio, falava da esteotipização que os baianos sofrem. Por mais que aquele momento fosse vago, algo ficou. A noite fui jogar " dar show" na Calourada desportiva da UESB, antes do meu jogo, estava acontecendo uma partida de vôlei( e nas arquibancadas a maldita esteotipização mais uma vez veio à tona). Outro dia pela manhã, enquanto estava dando uma aula, um aluno pergunta-me:
- Professor, o Sr. vai assistir os jogos escolares ?
- Talvez eu vá.Você joga o quê ??
- Jogo vôlei.
Então,parei por um momento, depois de um riso, repliquei:
- "Hum, boiola" ( Um jargão muito utilizado atualmente). Então meu aluno, respondeu:
- 80% dos que jogam são gays professor,mas eu não sou. Concluiu uma auto- afirmação
Claro que esse diálogo era totalmente num tom de brincadeira, pois tenho uma relação de amizade com meus alunos,mas eu estereotizei, mesmo brincando naquele momento eu fui um estereotizador.
E hoje pela manhã, comecei a ler algumas crônicas para ocupar minha mente, quando me deparo com um belíssimo texto de Luís Fernando Veríssimo.
Ai, Galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não?— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.—Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.— Como é?— Aí, galera.— Quais são as instruções do técnico?
— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com probabilidadesparcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.— Ahn?— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?— Pode.— Uma saudação para a minha progenitora.— Como é?— Alô, mamãe!— Estou vendo que você é um, um...
— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?— Estereoquê?— Um chato?
— Isso."
Pois é, pois é, pois é ( alá chiquinha) galera. Essa coisa de estereotipização é algo enraizado. A verdade é que mesmo sabendo que nem todos se enquadra à um estilo, continuamos a rotular.
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